Sou, quando me vigio e nós quando me distraio. Sou, sempre
que ando e nós, sempre quando voamos. Sou, sempre que estou atenta ao
atravessar uma rua e nós, sempre quando eu vejo o mundo em silêncio e ouço
apenas uma batida sem compasso. Sou, sempre que me equilibro em um parapeito e
nós, sempre que me desequilibro em solo firme. Sou,quando defino cada estação
em um ano e nós, quando defino cada ano em uma estação. Sou,quando quero
enfeitar com um laço e nós, quando quero segurar com um nó. Sou,na quase
fragilidade e ínfimo tempo e nós,na “quase” totalidade de um tempo inconsciente.
Sou, nas vezes que não perco o roteiro e nós quando
me deixam plateia. Sou, na proporção medíocre de não me unir e nós, na
responsabilidade de ser como dois. Sou,quando me vigio e nós, quando me
distraio e ainda mais quando me vigio.
M.Castro
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